LONDRES – O mistério sobre o que aconteceu às vítimas do tráfico negreiro que morreram na Ilha de Santa Helena fez com que uma comissão de estudos fosse criada
A direcção da CAARU – Confederação das Associações Angolanas no Reino Unido, decidiu criar uma comissão de estudos para decifrar o destino que foi dado as vítimas do tráfico negreiro levadas para a Ilha de Santa Helena.
A HISTÓRIA DA ILHA
Fonte: Wikipedia
Segundo dados oficiais, a ilha de Santa Helena foi descoberta em 1502 pelo navegador galego João da Nova, que na ocasião estava a serviço de Portugal. João da Nova dirigia-se à Índia, tendo nessa viagem também descoberto a ilha de Ascensão.
Porém, segundo o cronista Gaspar Correia, a ilha entra verdadeiramente para a História com D. Garcia de Noronha, capitão-mor da armada de seis naus que partiu de Lisboa para a Índia em 1511. Nessa viagem ele não só terá avistado a ilha; mais importante que isso, os seus pilotos colocaram-na nos seus mapas. Esse acontecimento seria decisivo para transformar Santa Helena numa escala regular para as armadas que regressavam da Índia para Portugal, desde essa data até ao século XVII.
O primeiro habitante permanente da ilha foi o soldado português Fernão Lopes, que lá permaneceu isolado de 1515 a 1545, exceto durante breve visita à Europa.
Portugal nunca colonizou Santa Helena, sendo que a ilha veio a ser ocupada pela marinha britânica no século XIX.
Napoleão Bonaparte faleceu exilado em Santa Helena. A indústria do turismo local explora muito este particular aspecto da história, bem como o calmo estilo de vida de sua população.
Curiosamente, Santa Helena não possui nenhuma praia, sendo o seu litoral completamente rochoso. Também por este motivo a ilha era utilizada como prisão. Não há uma saída fácil do interior da ilha que não seja através da capital Jamestown.
O MISTÉRIO
Por: José Gomes (Nzuze Utola)
Após a declaração da abolição da escravatura pelo Reino da Grã Bretanha, muitos eram os navios que se encontravam no alto mar em direcção aos destinos habituais (Americas e Caribe) dados à homens, mulher e crianças capturados em Àfrica, mas por causa da abolição do tráfico negreiro, os africanos capturados, já não podiam ser levados para as terras onde costumavam ser vendidos, pois naquele instante, havia deixado de ser legal a comercialização de seres humanos africanos.
Segundo dados encontrados , os traficantes decidem não regressar para as terras de onde proviam os homens capturados, optando por os transportar e deixar ao abandono na Ilha de Santa Helena.
Sabe-se que Santa Helena é uma Ilha de dificil acesso, devido ao vento que dificulta a aterragem de aeronaves comercias, mas na segunda década do ano de 2000, começou-se a construir o primeiro aeroporto em Santa Helena. Uma das obras importantissimas era a construção da estrada que ligava a capital da Ilha, ao novo aeroporto.
É curioso, que desde a abolição da escravatura, nunca falou-se dos homens, mulheres e crianças capturadas de Africa e levadas para Santa Helena, até 2018 quando foram descobertas ossadas de seres humanos que haviam sido enterrados no local onde estavam a ser feitas as escavações para a construção da estrada que ligaria a capital da Ilha ao novo aeroporto.
O que foi que aconteceu com aquela gente? Como sobreviveram? Como desapareceram? Deixaram descendentes? Este é o mistério.
Alguns dados apontam que maior parte daqueles humanos capturados, proviam do território, hoje conhecido por Angola. Testes de DNA também indicam o Gabão como parte da origem dos capturados.
No ambito dessas informações que carecem de esclarecimento, a direcção da CARRU – Confederação das Associações Angolanas no Reino Unido, decidiu criar uma comissãos de estudos, denominado Comissão Ilha de Santa Helena, para pesquisar os documentos que narram sobre o acontecido e dar ao mesmo uma narrativa angolana sobre os factos.
Fazem parte desta comissão as seguintes personalidades:
Prof. Dr Alberto Neto (Politico, Professor & Investigador de história e esteve na Ilha de Santa Helena a documentar factos sobre o assunto);
Sr. José Gomes (Utola) (Vice Pr da CAARU, Eng. Ciências de Computação, poeta e pesquisador de história africana);
Sr. Manuel Tomé (Assessor do Presidente do Conselho Juridico e Disciplinar da CAARU, Cientista de Investigação Forensic & Mestre em Investigação de Fraude);
Sr. Esmael Cambolo (Porta Voz da CAARU, Eng. electro-técnica, com interesse em Cultura e história africana);
Dr. Edmilson Angelo (Director da Organização Change 1´s life, e pesquisador de história africana pela universidade de Oxford);
Sr. Isidro Furtunato (Coordenador Executivo da Organização UBUNTU, panafricanista e pesquisador de história africana);
Sra. Isabel Pina (Pedagoga & Administradora financeira, panafricanista).
Uma nota feita chegar a redacção da Zwela Press, deu-nos a conhecer que a comissão de Estudos Ilha de Santa Helena, começa a trabalhar apartir da semana que tem inicio no dia 22 de Março de 2021.